sábado, 16 de maio de 2009

Alma Errante


Alma Errante
(Patricia Montenegro)

Sempre fui uma alma errante,
Vagando por tantos caminhos desconhecidos,
Procurando um destino que sempre fugiu de mim,
Numa busca incessante por coisas que nem eu mais sei,

Não sei quantas vidas eu vivi,
E nem as dores que senti,
Ou se algum dia um amor eu vivi,
Já não sei quem sou ou quem fui,

Não me lembro mais quantas flores plantei,
E nem quantas de mim foram arrancadas,
Já não sei quantas estrelas eu vi brilhar,
E quantas de mim se esconderam,

Quantas vezes a escuridão se fez presente,
Com palavras que pareciam lanças afiadas,
Transformando sonhos em pesadelos,
Fazendo-me viver em um louco devaneio,

Não sei quantos nomes eu tive,
Quantos anos eu vivi,
Quantas pessoas eu conheci,
Mas sei que sempre procurei por você,

Nos caminhos pelos quais andei,
As trilhas que encontrei,
Os obstáculos que enfrentei,
Sempre me afastavam de você,

E no meio das trevas e vendavais caminhei,
Procurei a luz que me levasse até você,
E entre as mais belas estrelas encontrei você,
Mas você estava tão distante que não alcancei,

Estamos tão perto e ao mesmo tempo tão longe,
Nossos olhares não se cruzam,
Nossos corpos não se encontram,
Apenas nossos corações pulsam no mesmo ritmo,

Nada me resta a não ser esperar,
Que o destino possa nos juntar,
Pois sei que em todas as vidas por onde passamos,
Eu sempre fui sua e você sempre foi meu...


Rio de Janeiro, 16-11-04 – 20.h57min.

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