sábado, 27 de março de 2010

Mergulho


Mergulho
[Patricia Montenegro]

Quero mergulhar,
Em tuas águas quentes,
Não temo que sejam bravias,
E tão desconhecidas,
Enfrentarei as correntezas,
E a eventual escuridão,
-Dominarei tuas fendas-
Quero que tuas ondas,
Ora tão revoltas,
Noutras tão suaves,
Envolvam meu corpo,
-Que sente frio-,
Aquecendo-o,
E envolvendo-o,
Entre tuas espumas brancas,
Quero provar do teu sal,
-Doce sal-
Que faz arder minha alma,
-Queimando meu corpo-
Quero que teu oceano,
Leve-me nas profundezas,
Do teu universo,
-Desvendarei teus caminhos-,
Onde encontrarei tuas águas límpidas,
-Meu grande desejo-
Tão belas e plenas de mistérios,
E te entregarei meu corpo,
-Completamente-
Nessa viagem por todos teus mares,
Quando cansada e feliz,
Completamente rendida a ti,
-Enfim protegida-
Adormecerei no calor,
Da tua imensidão...

Rio de Janeiro, 16-03-10 - 11h44min



sexta-feira, 12 de março de 2010

Descobertas


Descobertas
[Patricia Montenegro]

Lentamente como o dia que nasce,
Trazendo um novo amanhecer,
-Um novo começo-
Descubro-te mansamente,
-Sem pressa e belamente-
Cada vez que o meu olhar encontra o teu,
E que tuas mãos tocam as minhas,
-Tão timidamente-,
E quando sinto o calor do teu corpo,
-Tão próximo ao meu-
Decifro pouco a pouco os mistérios,
Que trazes em tua alma,
-Tão liberta-
E quando tua boca,
Encontra a minha,
Em beijos quentes,
-Às vezes 'roubados'-
Descubro teu gosto único,
E sorvo os sentimentos,
Que trazes contigo,
E como uma flor,
Que floresce com os raios do sol,
Descubro os teus caminhos,
E o que te dá prazer,
E faz com que o sorriso,
Ilumine teu belo rosto,
Lentamente descubro teus limites,
- Serão um dia rompidos?-,
Quero beber da tua seiva,
-Fonte da vida-
Para que ela aqueça o meu corpo,
E me complete como mulher,
Tornando-me mais bela e plena,
E que eu seja o vento,
Que faça com que tu,
Alce o teu voo mais pleno,
Para que te sintas realizado,
-Sem temer o amor-
Confesso-te sem medos,
A cada descoberta que faço de ti,
Amo-te mais intensamente,
E desejo somente estar junto a ti,
-Seja onde e como for-,
Para que saibas que nunca mais,
Estarás sozinho nessa estrada,
Que chamamos de vida...

Rio de Janeiro, 26-02-10 - 11h45min


domingo, 7 de março de 2010

Apenas, Mulher


Apenas, Mulher
(Patricia Montenegro)

Você olha em meus olhos,
E confuso pergunta-me que sou,
Abro um sorriso maroto e olhando em seus olhos digo apenas:
Sou a mistura do céu com a terra,
A fusão dos rios com os mares;
Tenho o brilho das estrelas,
E o mistério da lua em todas as suas fases;
Sou brisa fresca e suave,
Mas ventania quando contrariada;
Não conheço a razão,
E sou feita somente de emoção,
Quando estou apaixonada,
Sou alegria e fantasia,
Também sonho e realidade,
Sou a duvida e a certeza,
Sedução e muitas vezes seduzida,
Incoerência disfarçada de coerência,
Se em um momento estou sorrindo,
Logo posso estar chorando,
Sou menina dengosa e charmosa,
Às vezes madura e paciente,
E noutras totalmente imatura e até inconseqüente,
Não me peça explicação de quem sou,
Mas ame-me do jeito que sou,
Porque sou apenas uma mulher,
Que ama e quer ser sempre amada...


Confissão





Confissão
[Patricia Montenegro]

Quando estás perto de mim,
Uma chama esquenta meu corpo,
Espalhando o perfume do amor pelo ar,
Rendo-me a essa louca paixão,
Os meus sentidos ficam aguçados,
Faço deliciosas loucuras,
Alço meu mais belo e pleno voo,
Zeus: Deus do amor meu eterno guia,
Escolhi e decidi amar-te,
Rasgo minha alma diante de ti,
Assumo meus medos e fragilidades,
Mostro-te meus caminhos,
Os mais secretos e delicados,
Riscos não temo enfrentar,
Corro em tua direção,
Olhes na luz dos meus olhos,
No teu coração quero estar,
Tua alma quero decifrar,
Intenso é o amor que sinto,
Grito baixinho somente para ti,
Onde fores leva-me contigo...

Rio de Janeiro, 18-12-09 - 12h05min

sexta-feira, 5 de março de 2010

Dor


Dor
[Patricia Montenegro]

Que dor é essa,
Que trago dentro de mim,
Que chega sem aviso,
-Ou nasceu comigo?-
Que parece não ser minha,
-Longa caminhada ou vida passada?-
Mas me fere profundamente,
E me tira do meu rumo,
Perco-me no caminho,
Que dor é essa,
Que trago no corpo,
-Marcas e cicatrizes-
Mas que não mancha minh'alma,
Que dor é essa?
A dor que me desatina,
É a mesma que me ensina,
A dor que me machuca,
É a mesma que me cura,
Ela me enfraquece,
E também me fortalece,
E se me perco,
E me reencontro,
A dor que me faz chorar,
Ensina-me a sorrir,
-Traz o brilho do meu olhar-
E a não desistir de lutar,
E de acreditar sempre,
A dor que trago em mim,
-Que é somente minha-
Ensina-me a viver,
A seguir em frente,
-Tenho meu valor-
E nunca desistir de amar...

[patty_mf]

Rio de Janeiro, 03-03-2010 - 20h10min