quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Despeço-me



Despeço-me
[Patricia Montenegro]

Calo a minha voz,
-Que não é ouvida-
Embaralho as letras,
-Sem sentido-
Um dia escritas,
E não lidas,
Rasgo as folhas,
Das ilusões,
Esqueço os sonhos,
-São muito frágeis-
Esqueço a fantasia,
-Que nunca vesti-,
Mostro a minha cara,
-Nunca usei máscaras-,
Desço do palco,
-No qual nunca subi,
Entrego-me a realidade,
Que se faz presente,
-E ri de mim-
E acorda-me todos os dias,
Guardo minhas aquarelas,
Que coloriam minhas ilusões,
A mentira me fere,
Pois sou feita de verdades,
Nos meus olhos,
Trago o reflexo de minh'alma,
E no coração a minha história,
Nos lábios um sorriso,
Que oferto a quem passa,
Mas que se transforma em lágrimas,
Diante de um mundo frio,
-Feito de vinganças-
Onde as pessoas indiferentes,
Passam e não me vêem,
Que toca uma musica,
Que desconheço,
E que não sei dançar,
Sinto-me perdida,
No meu próprio caminho,
-Labirinto que enlouquece-
Até decidir para onde ir,
Despeço-me,
-Para que ficar?-
Calo-me,
-Para que falar?-
'Viajo' para um mundo,
Que é só meu,
Onde aprenderei,
A viver a vida,
Que o destino meu deu...


Rio de Janeiro, 26-09-10 - 12h 16min




Um comentário:

  1. PATRICA,

    as dspedidas costumam ser sempre dolorosas, pois, levam de nós parte que supúnhamos, nos pertencer.

    Ledo engano, apenas e quando muito compartilhamos, seja o calor do sol ou as noits frias de inverno.

    As despedidas, podem ser no entanto, um ato de renovação daquelhes compartilhamentos, como aliás, fazem as lagartas que saem dos seus escuros e sufocantes casulos , para transformarem-se borboletas.

    Voe Patricia!

    Um abração carioca

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